1
Ó Guadalupe, dos majestosos olhos violetas
que recendem a perfumes de jasmim!
Teus músicos, pintores e poetas
no ocaso e aurora de suas vidas
se inclinam ante Tua beleza!
És a beladona das estrelas,
o véu de Hécate, Diana e Selene!
2
O lírio se desvanece,
mas a vida é eterna ressureição.
Esgota-se um ciclo,
irrompe novo albor.
Destronam-se as religiões,
eleva-se a angústia.
O Super-Homem é, não o mais forte,
mas o mais profundo.
Cavernosa é a verdade.
Pelas aberturas subterrâneas
chega-se ao Paraíso,
o Orco resplandecente!
Dê-se ao homem o incentivo
de pesquisar por si próprio,
de esgueirar os mais distintos ângulos
e divisará, na dialética,
o sincretismo salvador.
Porfia em ti mesmo,
santuário do Deus interno.
Mais penetrante que a razão
é a intuição.
Velhos há que são crianças,
e crianças que são velhas.
Descerra a cortina, o véu, a muralha.
Penetra no abismo do qual és rebento.
Resplandece em fulgor sidéreo
a luz oracular que forma teu Ser verdadeiro.
Estuda, compara e sintetiza,
segundo a analogia.
Sê filalético!
Busca, em todas as tradições,
o suprassumo, o mel, a ambrosia.
No fundo do rio
estão as pepitas.
Nas profundezas das minas
as esmeraldas.
Aurifulgente és,
em teu âmago.
Purifica tua alma
no esplendor divino
em que vive teu espírito.
Nele não há chagas nem erros.
Uma sinfonia de melodias indescritíveis
e um roçar de perfumes embriagantes
perfazem o lustríssimo candor de teu Ser.
Volta teus olhos ao espírito que vivifica.
Aparta-te da letra que mata.
Sê verdadeiramente religioso:
conserva o caráter!
3
Quanto maior a altura, maior o abismo;
a quem muito se dá, muito é pedido.
O olho se deslumbra e cega à luz do Sol,
mas o Sol não se cega ao fitar o efêmero homem.
Sejamos como o Sol para vermos com clareza,
e como a Lua para amarmos com ardor.
4
Pedra rubra e diamantina é o coração
Suas asas levam à Eternidade
Ao coração de Deus
E assim voar podemos por céus abstratos
E imateriais
5
Unam-se as margens do Leste ao Oeste do orbe,
de onde nasce o Sol manso aonde ele dorme turbulento,
porque só na Unidade o homem
realiza o mister de ser Homem,
e só assim conclui o desiderato da Lei Eterna.
6
Os lotos azuis perfumam os ares embotados.
O “lha” e o “ma”, no fundo,
constituem uma só coisa.
Tudo que é especioso estua
diante de orfélicos adágios.
A vida é, pois, um apólogo,
um laço consorcial entre a Natureza e o Iniciado,
é o Anel da Virtude.
Nas aras do cume,
caprinos chifres.
7
Pior que a pandemia viral
é aquela outra pandemia da Ignorância
ou Avidya, que ao longo da História tem
produzido muito mais mortes,
na quase contínua catarse de guerras
e ódios fraticidas.
No campo de Kurukshetra,
em que se digladiam os renovados
Kurus e Pândavas,
ouve-se o troar das conchas e tamborins
ritmados por chuvas de estrelas
e espocar de larvas vulcânicas.
Na Jungfrau, na floresta negra,
espinhosas cruzes de cedro
martirizam os homens.
Adagas cravadas
nas delicadas rosas vermelhas
sangram as almas,
um corcel de lágrimas e pranto.
Evola-se aos céus o fremir
do choro das mães.
Inquietam-se os Deuses
em sua longânime ternura.
Ave ao novo horizonte
que se deslinda por sobre a dor!
No futuro não haverá Caims,
mas miríades de Weslungos!
8
Vê que o sentido da vida
é regressar à Fonte.
É metamorfosear-se
de Vida-Energia
em Vida-Consciência.
Tendo provindo o Eu
do alto mais alto,
precipita-se plano a plano
até descer ao mais baixo do baixo.
Busca, assim, adquirir
todas as experiências possíveis,
para engordada,
regressar riquíssima à Fonte.
Tendo seguido Hermes, Pitágoras, Platão,
Krishna, Gautama, Jesus, Orfeu e Osíris;
tendo aprendido com teu próprio Atma,
saberás discernir o Bem e o Mal;
terás cumprido o teu ciclo neste baixo mundo.
9
Ó Musas!
Ninfas de cabelos eriçados,
bordadas de sorrisos e encantos mil.
Se dignos formos,
suas músicas nossas almas ecoarão.
E se não… ai, pobres de nós!
10
Por que os grandes líderes amam,
tão costumeiramente,
a glória mundana,
ao invés do amor às artes e às ciências?
Assomam-se, quase sempre,
ao avaro Ego inferior,
e lhe erigem um altar.
11
Prometeo
En cuanto Prometeo encadenado
no encuentre a su Hierofante
que lo guie a la cripta,
al Hades,
al Templo Inferior,
el buitre de las pasiones
le devorará los órganos.
Después que sea tres veces submergido
en el rio Phlegetonte,
renascerá como nuevo hombre
-no más será una Personalidad.
12
A los poetas místicos
Tipola fue maestro de Naropa,
que fue maestro de Marpa,
que a su vez fue maestro de Milarepa.
Mahamudra es el sendero perseguido,
sunyata es donde reposa el yogue.
Kabir, Omar Khayyam, Rumi,
Hafez de Shiraz, Basho, San Juan de la Cruz,
Rabindranath Tagore y Kalhil Gibran…
son solo algunos pocos
que representan el gran mistico ideal
de la unión con el Bien-Amado.
13
Eleusis
¡Atenas, “edificio sagrado de los dioses”,
y Eleusis, corriente purificadora
de los hombres,
que diste nacimiento a lo mejor
de la progenie de Grecia!
¡En tus Misterios han bebido
y comido pan y vino
los filósofos y poetas!
14
La esencia ultima
Nuestro ser, en su más hondo principio,
es impenetrable al mal.
La esencia última es pura e indestructible.
Es en nuestra alma animal
donde padecemos nuestros tormentos.
15
Los Infiernos según los antiguos
¡Nos mandáis al infierno, clérigos iracundos,
pero no sabéis que tal morada es santa!
Para allá fueron Herakles, Orfeu y Teseu,
y cuantos más valerosos,
entre antorchas ardientes y el rito nocturno;
para los antiguos descenso sagrado,
tras la última prueba salir Iniciado.
16
Sol y Tierra
Vulcano desposo Venus, diosa del mar.
Osiris e Isis, Bel y Astarté,
Odín y Freya, Belen y Virgo Partitura,
Apolo y Magna Mater:
son todos la adoración
del Sol y la Tierra,
del Espírito y la Materia,
en el ancestral rito,
in toto pagano y sabio.
17
Lojas
Loja, Loka o Logos; fortalezas-templos,
Synaxis, Agyrmos o Domus Aureo;
los antiguos cafés franceses y los Ateneos:
son todos lugares donde ciertas cosas son discutidas;
donde las cosas del espíritu brillan.
Podrán los hogares convertirse en santas casas
y locales de elevación espiritual,
así auxiliaríamos a un nuevo renacimiento cultural,
así auxiliaríamos el Dharma.
18
Lo mejor de cada papel representado
Lo mejor de nuestros últimos papeles representados
como actores en la tierra,
será lo mejor de nuestros atributos
en los próximos papeles.
19
Rhemata
¡Cuantas rhematas no dijeron
los Apolos de todos los tiempos!
Palabras perdidas en la historia,
enseñanzas destinadas a unos pocos,
receptáculos de los rayos del Cristo-Sol.
20
Yo Divino
En nosotros el Verbo Vivo,
el Unigénito Hijo, el Yo Divino,
sin fragilidad, omnipresente, incorruptible,
inmortal – el Séptimo Principio.